sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vale tudo por Amor?

Vale tudo por amor? Eis o que ele me perguntou.
Ao certo, eu diria que não vale tudo por amor, mas sim, vale tudo por quem amo. De uma forma mais abrangente, diria que sou capaz de qualquer coisa pelas pessoas que amo. Sei que é uma breve hipocrisia perguntar se seríamos capazes de tudo por algo tão incerto, mas sendo um breve um sonhador, prefiro arriscar tudo numa incerteza, do que não ter nada pra por em jogo...por nada!!
Nunca saberei se minhas apostas de algo valerão, ou se serei retribuído, mas seria futilidade minha amar para ser amado. Não sou obrigado a amar ou "desamar" alguém, logo, entenderei se não for recíproco. Afinal, amor é respeito, é refúgio, é desculpa esfarrapada, é um conto de fadas sem o "felizes para sempre", afinal, uma vida toda não é o suficiente para se provar de um amor culposo. Acho que a pergunta adequada a se fazer, não seria "se vale tudo por amor". Eu colocaria de outra forma: Quanto vale este amor? Vale um sorriso sincero ou de insegurança? Vale uma briga tola por ciúmes? Vale compartilhar a alegria? Vale superar os medos e angústias?
Se tudo fosse tão fácil e conciso, poderíamos mudar o nome de 'amor' para 'fracasso'. O sabor de conquistar um amor acima de qualquer problema é o que mais me preocupa, pois sei que a qualquer momento poderei despertar, e por mais que não me interesse o fato de ser algo tão utópico, superar um "malamor" é algo brutal.
Dizem que quando se perde é que se aprende a dar valor. Talvez seja a maior das verdades, afinal como saber o quanto amamos, se não colocarmos tudo à uma aprovação ainda maior?
Eu sempre disse que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, logo, não seria culpado se continuasse a amar alguém que não sente mais o mesmo por mim, né?!
Por isso, tome cuidado ao dizer "Eu te Amo", pois jogar com os sentimentos das outras pessoas é o maior cuidado que devemos ter. Às vezes uma mágoa pode tornar-se reflexo de que é tarde demais pra pedir perdão...


Se bem que, Se Vale Tudo Por Amor, não deveria valer também uma Segunda Chance?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pilares de Areia:

Quando não tive mais pra onde ir,
Relutantemente ajoelhei-me num altar,
Onde os pilares que sustentavam o orgulho, eram de areia.
E vi escapando entre os meus dedos a benção divina.
Eu não sabia que eles eram de areia.

Procurei os magos e oráculos,
Em busca de um abrigo esperançoso.
Mas eles disseram que a Guerra só terminaria
No dia que os Reis fossem enforcados com as tripas dos Sacerdotes.
Os pilares recaíram novamente.
Minha fé estava enfraquecida como a areia.

Por algum motivo,que eu não sei explicar,
Sei que meu lugar no Céu ainda não está garantido.
Os espíritos sopraram ao meu ouvido,
Mentiras que desmoronaram meu mundo,
Desmoronaram como a areia dos pilares.

Subi na montanha mais alta,
Tão alta que os pássaros não ousaria explorar,
E tão solitária que meu Ego não pudesse hesitar.
Pular de lá me libertaria.
Mas descobri que a montanha também era feita de areia,
Assim como a minha coragem,que se afundou na solidão perpétua.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Tendência:

Com o passar do tempo, as relações e interações sociais visivelmente vem sofrendo um contínuo processo de variação. Facilmente é possível identificar essas mudanças no campo da moda, da música, da economia e da sociologia. Em geral, é natural que com o decorrer da evolução passemos por novas experiências e que aprendamos a agregar novos conceitos. Em quaisquer décadas que pesquisemos, desde a Pré-História, passando pela Idade Média, Classicismo, anos 60, 70, 80, 90 (onde a maior popularidade se concentrava na música e visual discotequeiro, hippie e clubber), e chegando até os dias de hoje, podemos observar que sempre houve espaços para o “Modismo”. De forma radicalista, me atreveria a dizer que em todas as sociedades e ambientes étnicos com diversidades (ou não) culturais, sempre se empregaram o uso de “Estereótipos”. É a mania compulsiva aleatória que o ser humano tem de ‘definir’ nomes e características para grupos e indivíduos que agem ou se comportam de uma maneira divergente ao resto da população, assim criando inconscientemente, em alguns exemplos, um ato discriminativo. Podendo usar como exemplo, os hippies, que durante as décadas de 70 e 80 eram jovens com pensamentos e ações ‘politicamente revoltosas’, por se rebelarem contra aspectos governamentais repressivos. Assim, esses grupos passaram rapidamente de ‘’sindicalistas’’ para ‘’drogados desocupados’’.

A moda psicodélica que abalou os Tempos da Brilhantina, rapidamente foi sufocada por escândalos que protagonizaram mais a nova onda do LSD e do Ecstasy, do que o figurino pra lá de ofuscante que era sua principal característica.

O fato é que com o decorrer das gerações, muitas coisas mudaram, mas o hábito de ‘criar novos conceitos e tipos’ continuou. Em vez de olharmos cada um para o seu próprio umbigo, e só prestarmos atenção nas pessoas na hora de criticá-las, que tal sermos mais civilizados e agirmos com menos hipocrisia??

Ainda hoje, em pleno ano de 2010, discriminações como Homofobia e Racismo ainda eclodem na pútrida sociedade mundial. Depois os hippies que não prestavam né!

Esqueçam um pouco das diferenças aparentes e lembrem que no fundo, o que te faz prestar ou não é o teu caráter (dinheiro e fama uma hora acabam).

E é claro, lembre da principal regra da Moda: Nada se cria, tudo retorna e é repaginado. Então, que tal voltarmos no tempo, individualmente e lembrarmos que quem sabe, ontem mesmo era você que usava roupas coloridas, ou o preto reivindicalista do rock, ou sonhava em estampar as capas da Vogue e da Elle, ou ainda em simplesmente ser lembrado??

Não importa o que faça, mas se for fazer, que seja porque é o que você quer, e não porque isso é MODA.

Afinal, é fácil perceber que a Tendência Atual é pouca (ou nada) de conteúdo e exagero visual. Que tal mudar isso?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Fanatismo:

Ardor em firme coração de desalento,
Pranto por belos olhos derramados,
Incêndio em mares d’água disfarçados,
Rio de neve em fogo convertido.

Terror de amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e separa.

Liberdade em promíscuo coração desatento,
Onde tudo ao redor esbanja açúcares diversos
E cheira a guloseima.
Onde tudo pode ser comestível,
E a imaginação surrealisa a ilusão da loucura.

Afinal achou que sou louco, pois vejo uma lagarta roxa falante,
Flores com vida própria,
E uma rainha que enfrenta seu próprio reinado.

Fanatismo...
Onde todos esquecem o seu valor, e mergulham na insanidade.
Dizem por aí que para enxergar esse tal de País das Maravilhas,
É preciso se desprender da realidade.
Mas será que é loucura idealizar algo tão incrível?

Ainda lembro-me da suave leveza do seu olhar.
É pena de chumbo, a mentira mais real e um palácio erguido no horizonte.
A rosa teria outro aroma se esse deixasse de ser o seu nome?

Liberdade...
Para te dizer o que seremos.
O que plantamos e cultivamos.
A história que se consolidou.

Você me lembra a manhã de natal,
Onde depositei todos os meus sonhos.
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isso, toda a graça
Duma boca divina, fala por mim!



Homenagem à: Gregório de Matos, Sophia de Mello Breyner Andesen, Willy Wonka, Alice in Wonderland, Chapeleiro Maluco, Romeu e Julieta, Sr. Smith & Florbela Espanca.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Cidade dos Anjos:

Eu vi quando você acordou, e desejou alguém que pudesse senti-lo. Eu sempre quis poder te mostrar quem sou, mas não quero que ninguém interfira. Sei que tudo isso pode não passar de um sonho, mas a realidade está clara para mim amor. Você me disse: “De que adianta ter asas se não posso sentir o vento tocar o meu rosto?”. Parecemos tão distantes, mas tudo que eu quero, é ver você neste instante. Você é o mais próximo que já cheguei do céu, e tenha certeza, abriria mão da eternidade para te sentir novamente. Sei que ninguém te vê como eu vejo. Por favor, pode abrir os olhos, eu ainda estou aqui. O compasso do teu coração frenético indica o caminho certo a seguir. Eu Caí, pois me apaixonei por ti. Desejei o calor da tua alma novamente, mas a fria chuva que caíra do céu mostrou-me como se eu fosse de carne e osso. Senti como se estivéssemos unidos de novo... Mas não há ninguém em casa. Lamento nossa fraqueza, mas agora você não pode mais me enxergar. Certo dia você desejou alguém que pudesse te sentir, eu o atendi, mas você abdicou de mim. E mais uma vez eu lhe peço: Não desista de mim, está lágrima que agora cruza o meu rosto, é a prova que faltava, de que vim pra ti. Posso te sentir, e você pode me ver. Por fim eu te digo: “Amor, abra os olhos e acredite em mim...Agora feche-os e sinta a brisa no seu rosto...Sou as asas do amor que galgam para um mundo melhor.”

domingo, 5 de setembro de 2010

A História de Nós Dois...

Num breve momento,eis que abrem-se os olhos.A realidade começa a ser vista da maneira que ela é. Encaramos os preconceitos e as injustiças.Aceitamos os erros e até os perdoamos.Brigas ainda existem.Paramos às vezes, e debatemos o relacionamento despreocupadamente. Posso olhar-me no espelho e admirar-me. Posso também passar a mão pelo seu rosto e te sentir. Há ainda a possibilidade de ficarmos um ou dois dias sem nos falarmos,devido a uma tola briguinha por ciúmes.Saímos juntos,vamos ao cinema,passeamos,sentamos na grama e admiramos o sol,ou simplesmente contamos estrelas. Ou ainda,só ficamos sentado nos olhando.Nada importa,o tempo não importa.Não temos rótulos e não somos descritivos.Somos rápidos,mas nem tanto.Tudo ao seu tempo.Rimos,e também choramos. À noite,vamos para casa e assistimos TV,comendo pipoca. Às vezes não. Conversamos e dormimos. Não! Antes de dormir nos beijamos e eu lembro o quanto te amo. Geralmente recordamos os bons momentos,contudo lembramos ainda das discussões.Elas não nos afligem.Contamos como foi o nosso dia.Lemos jornal.Tem vezes que saímos a noite,para dançar ou se divertir com os amigos--a propósito,temos amigos em comum. Encaramos filas nos bancos e nos indignamos com o atraso do ônibus.Até discutimos sobre política.Percebemos o quanto nos valorizamos.Não temos mansões e não vivemos do luxo,mas isso não faz com que sejamos infelizes.Temos planos para o futuro.Pode ser que as coisas não saiam como gostaríamos.Mas também pode ser que sim.Não sei se estou certo ou errado,mas sei que estou bem.Não tenho certeza que durará para sempre,mas juramos que seria eternamente.A doença nunca nos separou,muito menos a tristeza.Estivemos sempre juntos,e você me apoiou.Não fingimos que nada aconteceu,arriscamos na sorte mesmo.No início,lembro que você se fazia de difícil,às vezes até de indiferente.Eu sempre fui um bobo com medo de arriscar. Não conversávamos muito,mas nossos olhos se entendiam.Certa vez eu pensei em desistir,mas você me mostrou que eu era capaz. A verdade é que a razão estava com você o tempo todo não é?As pessoas são mais do que os nossos olhos podem ver. Não sei se pensa em mim sempre.Sei que vivo com você. A distância nunca foi um problema.Eu nunca esperei te perder,sempre soube que o que havia se selado,jamais seria quebrado.A morte nunca significou um fim,nada mais é do que o início de um novo ciclo. Você sorriu pra mim uma última vez e eu pude sentir toda a nostalgia de que o nosso amor resiste a todas as provas. Nosso amor sempre foi como um jardim florido e quando você se foi,nada fez sentido,exceto que o amor é traiçoeiro,me mostrando que eu nunca estarei pronto o suficiente pra suportar esse vazio. As folhas do jardim caíram...Fecham-se os olhos.